Inicio o post dizendo que nem todo clichê é abominável, se forem bem usados podem render boas histórias e blá... Independente do quão bem ou mal são empregadoras, quero abordar aqui as características mais manjadas que observei em meus anos como fã de Creepypastas - trajetória que começou quando uma das poucas que rodavam pela internet era Humanos também sabem lamber.
Se você por ventura se sentir ofendido, sinto muito, mas já afirmo antecipadamente que essa nunca foi minha intenção ao escrever este post. Realmente trago apenas o desejo de compartilhar o que eu, que leio bastante Creepypastas, estou de saco cheio de ver.
10 - Sorrisos satânicos
A boneca assombrada, a entidade demoníaca, o serial killer, o protagonista do jogo... Eles devem ter muitos motivos para rir, claro, pois sempre há um sorrisinho ameaçador para a vítima, em algum ponto da história. Esse é um clichê tão antiquado que é também usado e abusado nos filmes mais piegas de horror de Hollywood.
9 - Ele era cético...
Narradores plenamente céticos já não são mais surpresa - se é que um dia foram. Eles demoram a perceber o cunho de além-mundos da coisa, e então simplesmente abandonam todos os escrúpulos adquiridos durante toda sua existência graças a um único evento. Assim, passam a ser crentes que os acontecimentos mais triviais são obras do sobrenatural, a ponto de associar a mortedo cunhado do irmão da tia do vizinho do amigo da prima ao fato de nosso protagonista ter evocado Bloody Mary há uns meses. Lembram muito os céticos de filmes de terror.
8 - Você não vai acreditar!
Quando nos deparamos com "você não acreditará no que vou dizer a seguir" ou "isso realmente aconteceu, embora você certamente não acredite", pode apostar que aí não vamos mesmo acreditar. Uma Creepypasta não é necessariamente verídica, isso é fato, e se quisermos ou não crer cabe a nós mesmos decidirmos. Esse tipo de frase exerce um efeito completamente oposto e torna tudo mais e mais inverossímil.
7 - Narrador sobrenatural
Eis um clichê que, se bem usado, pode fazer milagres! Mas convenhamos que é raro o usarem decentemente... Nesses cenários, o narrador geralmente é a Morte. O texto demonstra que quem escreve sabe tudo sobre você e fala alguns detalhes levianos de ti, coisas como "você está sentado no computador lendo isto, em silêncio" (vidência inacreditável, né?). Aí derrama no texto a descrição de um lugar de além-mundos, tal como o inferno, e pode até dizer que te aguarda. Só no final que a identidade "surpresa" é revelada - coisa que já soubemos ao ler a primeira palavra...
6 - Games, só antigos!
O maior número de Creepypastas tratando de jogos faz questão de focar a história em relíquias, velharias geralmente compradas por pouquíssimo dinheiro em bazares ou na internet, e o vendedor ou está louco para se livrar do objeto, ou não faz a mínima ideia do que aquilo está fazendo em sua venda. O pretexto do comprador é matar as saudades da infância, relembrar os velhos tempos, ou zerar um jogo que nunca conseguiu completar. Os títulos dessas Creepypastas costumam ser "A fita amaldiçoada de xxx". Lembrando que o uso de consoles antigos contribui com o suposto clima de terror ao lançar-nos aqueles gráficos primários em contraste com, como enfatizarei abaixo, violência totalmente realista.
5 - Violência ultrarrealista
Quando as inevitáveis aparições de violência gratuita apresentam-se na tela, seja em desenhos ou jogos, seus gráficos parcos jamais são o método escolhido pela violência de se mostrar; ela usualmente aparece realista e detalhado, parecendo uma cena ao vivo, e até dando a impressão que as imagens saltam da tela. Isso perturba muito nosso protagonista pois, ao contrário de 99% de nós, jovens da geração atual, ele jamais viu uma gota de sangue em pixels.
4 - Sobre episódios perdidos
Via de regra, o narrador é um antigo funcionário da produção que, após testemunhar tal barbaridade, largou o emprego (e provavelmente passou a viver pedindo esmolas no metrô, claro) ou um raro expectador que teve a oportunidade de assistir ao episódio que milagrosamente sobreviveu à braba censura da televisão, mas foi exibido apenas uma vez e somente numa ínfima região geográfica. Aliás, curioso como mesmo o pessoal da produção ficando estupefato ou infinitos pais provavelmente ligando à emissora fulos, o troço é exibido inteirinho.
É comum, nesses episódios, a tela ficar negra por décadas, e mesmo assim o expectador continua com os olhos vidrados na tela, numa amostra de sua paciência sobrenatural.
O nome dessas Creepypastas é "Goodbye xxx" ou "O episódio perdido de xxx" e as fitas foram todas destruídas (queimadas) e você não apenas jamais o encontrará em lugar nenhum como não achará outro felizardo narrando o acontecimento - a única fonte de informações a respeito do suposto caso verídico é uma única Creepypasta.
3 - O lado nego deColheita Feliz xxx
Essas são teorias fumadas que surgiram com o estouro da bem sucedida Ash em coma. A moda agora é adaptar qualquer desenho animado a versões praticamente idênticas à de Ash culminando em caricaturas totalmente sem fundamente de sua progenitora, dizendo que o cara entrou em coma após tropeçar e machucar o dedo mindinho no primeiro episódio. Também é normal alegar insanidade (esquizofrenia) por parte do protagonista. Assim, sem escrúpulos, qualquer pobre personagem secundário coitado está morto há muito tempo, e o protagonista é um doidão que imagina vê-los, ou trata-se de um felizardo com o qual o protagonista se encontrou uma ou duas vezes na vida, e agora é personificado em sua imaginação de coma.
2 - Brincadeirinhas sem fundamento
Após os sucesso de A mágica surgiram infinitas Creepypastas interativas que ditam certas regras ao leitor, prometendo resultados fantásticos. Confesso que esse é meu estilo preferido, mas não é raro encontrar as mais descuidadas e idiotas peças dentre as tais.
Muitos desses joguinhos utilizam alguns elementos reais do Ocultismo e os misturam a um monte de lorotas, que mantém ocultistas minimamente informados a desdenhá-los e os leigos a se instigarem. Por não trazerem qualquer outra consequência senão implorar para o executor receber sustos gratuitos e correr uma grande chance de virar potencial alvo e catalizador de coisas negativas, tornam-se totalmente ridicularizadas no meio oculto.
1 - Maldições!
Digno de receber o primeiro lugar, pois em minha opinião esse é o clichê mais batido e sem graça de todos, recebendo o trono de ouro no Top 10.
Típico de correntes que infestavam a web durante a época do ápice do Orkut, as maldições voltaram firme e forte nas Creepypastas. Felizmente não te ordenam mais a repassar e-mail algum para seus amigos felizardos. Agora variam desde ocorrência de suicídio ao ver tal imagem, a arrancar os olhos. Quando lidamos com um narrador sobrenatural (item 7 deste post), ele pode muito bem alegar que vai te fazer uma visitinha em breve para te matar ou algo do gênero.
Se você por ventura se sentir ofendido, sinto muito, mas já afirmo antecipadamente que essa nunca foi minha intenção ao escrever este post. Realmente trago apenas o desejo de compartilhar o que eu, que leio bastante Creepypastas, estou de saco cheio de ver.
10 - Sorrisos satânicos
A boneca assombrada, a entidade demoníaca, o serial killer, o protagonista do jogo... Eles devem ter muitos motivos para rir, claro, pois sempre há um sorrisinho ameaçador para a vítima, em algum ponto da história. Esse é um clichê tão antiquado que é também usado e abusado nos filmes mais piegas de horror de Hollywood.
9 - Ele era cético...
Narradores plenamente céticos já não são mais surpresa - se é que um dia foram. Eles demoram a perceber o cunho de além-mundos da coisa, e então simplesmente abandonam todos os escrúpulos adquiridos durante toda sua existência graças a um único evento. Assim, passam a ser crentes que os acontecimentos mais triviais são obras do sobrenatural, a ponto de associar a morte
8 - Você não vai acreditar!
Quando nos deparamos com "você não acreditará no que vou dizer a seguir" ou "isso realmente aconteceu, embora você certamente não acredite", pode apostar que aí não vamos mesmo acreditar. Uma Creepypasta não é necessariamente verídica, isso é fato, e se quisermos ou não crer cabe a nós mesmos decidirmos. Esse tipo de frase exerce um efeito completamente oposto e torna tudo mais e mais inverossímil.
7 - Narrador sobrenatural
Eis um clichê que, se bem usado, pode fazer milagres! Mas convenhamos que é raro o usarem decentemente... Nesses cenários, o narrador geralmente é a Morte. O texto demonstra que quem escreve sabe tudo sobre você e fala alguns detalhes levianos de ti, coisas como "você está sentado no computador lendo isto, em silêncio" (vidência inacreditável, né?). Aí derrama no texto a descrição de um lugar de além-mundos, tal como o inferno, e pode até dizer que te aguarda. Só no final que a identidade "surpresa" é revelada - coisa que já soubemos ao ler a primeira palavra...
6 - Games, só antigos!
O maior número de Creepypastas tratando de jogos faz questão de focar a história em relíquias, velharias geralmente compradas por pouquíssimo dinheiro em bazares ou na internet, e o vendedor ou está louco para se livrar do objeto, ou não faz a mínima ideia do que aquilo está fazendo em sua venda. O pretexto do comprador é matar as saudades da infância, relembrar os velhos tempos, ou zerar um jogo que nunca conseguiu completar. Os títulos dessas Creepypastas costumam ser "A fita amaldiçoada de xxx". Lembrando que o uso de consoles antigos contribui com o suposto clima de terror ao lançar-nos aqueles gráficos primários em contraste com, como enfatizarei abaixo, violência totalmente realista.
5 - Violência ultrarrealista
Quando as inevitáveis aparições de violência gratuita apresentam-se na tela, seja em desenhos ou jogos, seus gráficos parcos jamais são o método escolhido pela violência de se mostrar; ela usualmente aparece realista e detalhado, parecendo uma cena ao vivo, e até dando a impressão que as imagens saltam da tela. Isso perturba muito nosso protagonista pois, ao contrário de 99% de nós, jovens da geração atual, ele jamais viu uma gota de sangue em pixels.
4 - Sobre episódios perdidos
Via de regra, o narrador é um antigo funcionário da produção que, após testemunhar tal barbaridade, largou o emprego (e provavelmente passou a viver pedindo esmolas no metrô, claro) ou um raro expectador que teve a oportunidade de assistir ao episódio que milagrosamente sobreviveu à braba censura da televisão, mas foi exibido apenas uma vez e somente numa ínfima região geográfica. Aliás, curioso como mesmo o pessoal da produção ficando estupefato ou infinitos pais provavelmente ligando à emissora fulos, o troço é exibido inteirinho.
É comum, nesses episódios, a tela ficar negra por décadas, e mesmo assim o expectador continua com os olhos vidrados na tela, numa amostra de sua paciência sobrenatural.
O nome dessas Creepypastas é "Goodbye xxx" ou "O episódio perdido de xxx" e as fitas foram todas destruídas (queimadas) e você não apenas jamais o encontrará em lugar nenhum como não achará outro felizardo narrando o acontecimento - a única fonte de informações a respeito do suposto caso verídico é uma única Creepypasta.
3 - O lado nego de
Essas são teorias fumadas que surgiram com o estouro da bem sucedida Ash em coma. A moda agora é adaptar qualquer desenho animado a versões praticamente idênticas à de Ash culminando em caricaturas totalmente sem fundamente de sua progenitora, dizendo que o cara entrou em coma após tropeçar e machucar o dedo mindinho no primeiro episódio. Também é normal alegar insanidade (esquizofrenia) por parte do protagonista. Assim, sem escrúpulos, qualquer pobre personagem secundário coitado está morto há muito tempo, e o protagonista é um doidão que imagina vê-los, ou trata-se de um felizardo com o qual o protagonista se encontrou uma ou duas vezes na vida, e agora é personificado em sua imaginação de coma.
2 - Brincadeirinhas sem fundamento
Após os sucesso de A mágica surgiram infinitas Creepypastas interativas que ditam certas regras ao leitor, prometendo resultados fantásticos. Confesso que esse é meu estilo preferido, mas não é raro encontrar as mais descuidadas e idiotas peças dentre as tais.
Muitos desses joguinhos utilizam alguns elementos reais do Ocultismo e os misturam a um monte de lorotas, que mantém ocultistas minimamente informados a desdenhá-los e os leigos a se instigarem. Por não trazerem qualquer outra consequência senão implorar para o executor receber sustos gratuitos e correr uma grande chance de virar potencial alvo e catalizador de coisas negativas, tornam-se totalmente ridicularizadas no meio oculto.
1 - Maldições!
Digno de receber o primeiro lugar, pois em minha opinião esse é o clichê mais batido e sem graça de todos, recebendo o trono de ouro no Top 10.
Típico de correntes que infestavam a web durante a época do ápice do Orkut, as maldições voltaram firme e forte nas Creepypastas. Felizmente não te ordenam mais a repassar e-mail algum para seus amigos felizardos. Agora variam desde ocorrência de suicídio ao ver tal imagem, a arrancar os olhos. Quando lidamos com um narrador sobrenatural (item 7 deste post), ele pode muito bem alegar que vai te fazer uma visitinha em breve para te matar ou algo do gênero.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTambém leio creepypastas aos montes e concordo plenamente com os clichês descritos por você. Otima matéria!
ResponderExcluirMuito obrigado por opinar.
ExcluirMuito bom, mano. Outro clichê que me irrita muito é aquele do tipo "eu não queria / não sei como, mas precisava ir até o fim / sentia que deveria continuar".
ResponderExcluir"você está sentado no computador lendo isto, em silêncio" (vidência inacreditável, né?)" asuhasuhuashuashushauhsaushaush
ResponderExcluirOutro clichê que já deu o que tinha que dar , é aquele "Agora que você sabe de mim irá/irei atrás de você
"você está sentado no computador lendo isto, em silêncio" (vidência inacreditável, né?)" asuhasuhuashuashushauhsaushaush
ResponderExcluirOutro clichê que já deu o que tinha que dar , é aquele "Agora que você sabe de mim irá/irei atrás de você